Prezado Constantino,
Caso não queira reproduzir em seu blog este comentário, entre outros motivos, a quantidade de caracteres (e erros no uso da norma da língua portuguesa – brasileira), fique a vontade, e desculpe-me desde já.
Prezado sr. Leonardo (15/11/2014 às 17:39),
Ao ver seu comentário senti desejo em responder a ti, não como sendo uma última palavra no assunto (∞mente longe disto), mas como um pensador livre, que quer expor o seu ponto de vista (presumo que assim como o senhor). Portanto, trata-se apenas do meu parecer acerca do assunto.
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Sera que o socialismo e o capitalismo são as únicas opções possíveis?
Acredito (sim acredito, pois não sou catedrático no assunto), que deve haver outras propostas de modelos econômicos, todavia, ou estão desconsiderados por serem falhos em alguns de seus pilares, ou porque pode haver uma preguiça enorme da classe de intelectuais da economia em debaterem estas possíveis alternativas (escreveu até aqui um especulador de ideias).
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Sera que o homem racional contemporâneo com todos os seus avanços logísticos e tecnológicos, em um mundo de matéria prima finita pode apenas optar pela liberdade capitalista com economia baseada no consumismo e individualismo ou na prisão comunista pobre, sem isentivo e “estagnista”?
Vou escrever somente sobre o Capitalismo, porque pelo socialismo / comunismo, o sr. Rodrigo Constantino, entre outros, escreve bastante mostrando suas inúmeras inviabilidades.
Em toda e qualquer teoria, há e sempre haverá limitações. Por maiores e melhores que sejam, sempre haverá este dura realidade. Não há como alcançar a perfeição, pois os players são seres humanos, e estes por sua vez nem são, e nem podem desenvolver ideias perfeitas. O Capitalismo sofre deste mal, mas penso que o senhor está se referindo ao que chamo de efeito colateral intrínseco, ou seja, como o ser humano já tem em sua natureza a ambição e o egoísmo (a diferença está na medida aplicada em cada circunstância, e o resultado do seu possível somatório), e este sistema econômico pode sem duvida favorecer o recrudescimento destes vícios da alma, e portanto acredito – de uma forma bem simplista eu sei – que estes indesejados efeitos surgiram e foram sendo alimentados até se tornarem a tônica com que muitos veem o tal sistema capitalista. Mas a ideia é ver que mesmo com estes problemas o Capitalismo se preocupa em mostrar que as pessoas formam o(s) mercado(s), e que nesta dinâmica promovem um avanço em busca da excelência da qualidade, entre tantas outras boas diretivas, que este sistema tem em seu bojo.
Escrevi sobre limitações, e como este sistema não foge a regra, penso que o Capitalismo descreve o mercado, definido-o, classificando-o, e promovendo-o, mas não se propõem a dizer que este é perfeito, e que as melhores práticas, mesmo quando observadas, são sinônimos de perfeição, mas sim garantia de que, excluindo-se os fatores negativos extra-humanos, provavelmente obterão sucesso.
O alinhamento de ideias ecológicas sustentáveis é desejoso, desde que não haja proselitismo religioso na questão, pois exemplificando: infelizmente não há como extrair um mineral, ou metal que estão fincados ou ainda enterrados no solo, sem escavá-los (pode até haver outros meios de extração, mas este é o mais conhecido e usado para estes materiais descritos, na muitas ocasiões que são explorados desta forma), e isso pode por sua vez iniciar, ou ainda piorar um processo de erosão deste solo (isso só pra ficar num dos possíveis passivos ambientais), em que estes recursos estavam encrostados. Por proselitismo religioso entenda que não há aceitação que o solo seja escavado para obtenção das tais matérias primas, com finalidades produtivas e comerciais, pois isto pode ser considerado até mesmo como um ‘pecado’. Mas, se depois de mostrar que não há segurança ecológica sustentável com aquela prática, de forma clara, objetiva e categórica, pode-se demover a iniciativa da extração, mostrando que o impacto negativo será maior, do que o benefício prometido, ou ainda esperado. E é nisto que vemos a diferença entre ‘proselitismo religioso fundamentalista ecológico’, e uma contra-proposta sólida do ponto de vista ‘ecológico sustentável’. O Capitalismo mostra que existe um mercado, formado por pessoas (sejam elas físicas ou jurídicas), que fazem esta dinâmica acontecer, e propõem medidas que deem condições para que o mecanismo deste relógio chamado mercado funcione com todas as rodas dentadas (e demais peças) harmonicamente.
Quanto a possíveis efeitos colaterais, não cabe à Teoria Capitalista em si, mas sim aos colaboradores que firmarão outros tratados adicionais melhorando-a (Teoria Capitalista), fazendo com que estes (efeitos colaterais) sejam mitigados ou ainda extintos na medida do possível.
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O capitalismo foi necessário, afinal não existiriam encanadores se não fosse o isentivo (dependência) econômico. Só que estamos destruindo nossos recursos e até mesmo impedindo certos avanços tecnológicos e medicinais (doença = lucro) pela ganancia monetária criada por ele.
Já expus o meu ponto de vista na segunda pergunta acima, e por ora não vou me alongar mais, só reafirmo que os seres humanos é que são ambiciosos e egoístas. O que um sistema pode fazer é criar um ambiente propício ou não para a manifestação destes vícios. Mas, como lidar, e o quanto lidar com estas variáveis, outros conceitos filosóficos poderão auxiliar, mas, eu acho impossível erradicar, pois se fosse assim, porque os países comunistas / socialistas de outrora, e de agora (que têm uma teoria que se mostra diametralmente oposta ao Capitalismo) não conseguem ser viáveis? Isso só pra ficar numa linha de raciocínio.
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Deve haver outro caminho para uma vida sustentável, saudável e justa. Quando a automação tomar conta da maioria dos empregos veremos a queda do sistema monetário (automação = menos gasto com mão de obra = lucro). É uma conclusão lógica. Só resta saber qual acabará primeiro, os empregos ou os recursos.
Parte do seu texto, que do meu ponto de vista é o ápice das suas palavras, e se não estou enganado fala sobre um possível colapso do sistema, através de uma visão apocalíptica com base na automação dos processos, que por sua vez levará à uma redução drástica do emprego, e por conseguinte aumentará a pobreza, a desigualdade econômica, o lucro do empresários, e tantos outros possíveis efeitos negativos.
Só não se esqueça que não somos perfeitos, e provavelmente não iremos ter condições de pensar, produzir e desenvolver um sistema que leve à uma vida: sustentável, saudável e justa. Quanto ao seu arremate, sobre o que resta saber: qual acabará primeiro, os empregos ou os recursos. Eu penso que a sua frase se aproxima da famosa: “Quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?” (guardadas as devidas proporções, é claro) Com certeza teríamos de chegar lá para saber, mas imagino que se houver de fato este colapso que o sr. coloca, ficaria do lado do emprego. Embora haja um ditado que diz mais ou menos assim: ‘na natureza nada se cria, nada deixa de existir, mas tudo se transforma’.
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Por: Analítico e Crítico
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